O 1º Festival da Cultura Icoense - ICOZEIRO, aconteceu de 18 a 30 de Dezembro, sediado no Centro de Arte e Cultura Prefeito Aldo Marcozzi Monteiro (antiga cadeia). O festival deu vida à antiga cadeia durante os treze dias de exposições e apresentações artísticas, e emocionou ao público local e às pessoas que visitam nossa cidade nesse período de fim de ano.
O ICOZEIRO conseguiu reunir mais de 200 artistas em aproximadamente de 60 apresentações. O público estimado foi de mais de cinco mil pessoas. Houve exposição de pinturas, esculturas e fotografias. Apresentações culturais nas áreas de dança, teatro, audiovisual, música e literatura.
A programação também contou com uma oficina, duas palestras e o 1º Fórum de Cultura de Icó, o qual iremos publicar a carta que resultou da discussão do fórum no fim desse post.
DESTAQUES DO ICOZEIRO
Muitas foram as manifestações artísticas e os artistas que passaram pelo ICOZEIRO, iremos destacar alguns, já que é impossível lembrar de todos, pois na programação prevista houve remanejamento, desistências e foram incluídas algumas performances e shows no decorrer do evento. Desde já peço desculpa se não citaei o nome de alguém ou de alguma apresentação aqui.
HOMENAGEM A ALTINO AFONSO
Na abertura do evento foi feita a entrega do Prêmio Pedro Théberge ao historiador e mestre da cultura icoense Altino Afonso. Depois de uma explanação sobre o Patrimônio Cultural de Icó, o Sr. Afonso foi agraciado de surpresa com essa comenda.
Biro Biro (foto) foi o grande destaque na exposição, foram expostos os seus painéis que fizeram parte da decoração do Forricó 2011, uma gigantesca tela que ficou ao lado do palco principal do ICOZEIRO, e pinturas e desenhos nas celas. Ele também foi o responsável pela coordenação das exposições. Em seus trabalhos ele mostrou muita versatilidade e no último dia do evento pintou ao vivo para o público juntamente com Beethoven Cavalcante, Neide Pinto, Nailê Cidrão e José Faustino, este último fez desenhos de momentos do festival. Vários outros artistas também participaram das exposições.
TEATRO
O teatro teve uma boa participação no festival, mas devemos reconhecer que o grande momento foi na segunda apresentação, no dia 27 de Dezembro, do espetáculo "Diário de Dois Loucos", do Grupo de Teatro Arte da Ribeira. Com texto de Bené Tavares, o espetáculo encenado por Beethoven (foto) e Davina arrancou aplausos com o público de pé.
Outros espetáculos apresentados foram: "As aventuras de Cafuçu" da Cia. Cinceratos, "A grande Interrogação" do Grupo Vassouras de Teatro e "O Auto da Camisinha" do Grupo de Teatro Arte da Ribeira.
A música foi a linguagem artística que mais participou do festival. Chorinho, MPB, forró, brega, música clássica, Pop rock e muitos outros estilos estiveram presentes no repertório dos músicos e cantores icoenses.
A Banda Municipal fez a abertura do evento e também apresentou algumas músicas em outro dia do evento. Destaco aqui alguns dos artistas e grupos da área da música no ICOZEIRO: Eugênio Gouveia, Antônio Hélio, Bruno Sax, Rota do Samba, Bonfim Estevão, Coral da FENABB Eutímia Maciel Moreira, José Marcos, Gilberto Brito, Socorro Gaitada, Bruno Kaoss, Pedro Alex, Pedro Lucca (foto), Jônatas Weima, entre outros.
LITERATURA
Alguns escritores icoense estiveram no ICOZEIRO, Wellington Carneiro pela primeira vez apresentou ao público suas poesias e crônicas. A leitura de sua obra no dia 28 de dezembro foi marcada pela coragem de apresentar suas produções com conteúdo homo afetivo.
Eu, Marcos Mota, fiz a leitura dramática do espetáculo teatral "O Silêncio" de Getúlio Oliveira, confesso que fiquei impressionado com a concentração do público durante os quarenta minutos da leitura.
As professoras Jorginha e Amanda fizeram uma significativa homenagem ao poeta Chico Vitor no último dia do ICOZEIRO, 30 de Dezembro. Vários poetas exibiram suas poesias na exposição das celas.
Retificação: a pedido de Wellington Carneiro esclarecemos que alguns de seus textos há conteúdos homoafetivos. Vide comentário abaixo do próprio autor.
CINE DOS ICÓS
O grande momento foi a apresentação no ICOZEIRO da cineasta Ângela Jomara natural de Icó, o seu primeiro filme "REPUTAÇÃO", que foi exibido no dia 25 de Dezembro, este ano também esteve na Mostra Olhar do Ceará no Cine Ceará.
Houve também a exibição dos filmes "A Sentença do Pau-Brasil", que relata uma lenda de nossa cidade (22/12), "Um Chão de Esperança" (25/12) filme paraibano com participação do icoense Bené Tavares e "O Dilúvio do Salgado" (29/12) uma animação produzida pelos alunos de uma oficina do Cine SESI realizada em Icó no ano de 2010.
DANÇA
Infelizmente a dança teve pouca participação no ICOZEIRO, mesmo assim destacamos o bailarino Eliacildo, que fez uma apresentação solo no dia 19 de Dezembro e deu conta do recado. O Grupo Yargo Revolution, que cancelou uma de suas apresentações, na segunda foi breve e deixou um gosto de quero mais.
ORGANIZAÇÃO
A união dessas duas organizações (ACAI - Associação Cultural e Artística Icoense e AMICÓ - Associação Filhos e Amigos de Icós) não poderia ter dado mais certo. É claro que nem todos os associados aparecem para pegar no pesado, mas boa parte esteve presente e fez a diferença, fazendo o ICOZEIRO acontecer muito organizado dentro de suas limitações, já que o festival teve orçamento zero. Destacamos o trabalho de Yuri Guedes, Heitor, Ícaro, Bené Tavares, Beethoven Cavalcante, Vítor Luís e Justo e Cidinho.
O ICOZEIRO teve uma pessoa que coordenou todos os trabalhos, desde a ideia inicial do evento, sua divulgação e realização. Estou falando de Daniel Bruno (ou Bruno Kaoss, se preferir), com sua articulação entre os artistas foi ele quem fez a grande diferença no ICOZEIRO. O trabalho do Bruno inspirou a todos, que juntamente com a parceria de todos da organização, os artistas e os apoiadores fez do ICOZEIRO o maior evento de cultura já realizado em Icó.
APOIO CULTURAL
O ICOZEIRO este ano teve alguns apoiadores:
A principal foi a Prefeitura Municipal através da Secretaria da Cultura que cedeu os espaços para realização do evento e financiou a impressão dos cartazes e folders. Como também os programas da Secretaria da Cultura: Teatro da Ribeira dos Icós, Cine dos Icós e Núcleo de Música Sobrado Canela Preta cederam seus espaços, equipamentos e funcionários para o ICOZEIRO.
A Secretaria da Educação de Icó, emprestou um som e imprimiu o banner do evento.
Brasil FM, Papagaio FM, Rádio Icó Centro, Icó FM, Site Icó é Notícias e Icó Cultural foram parceiros na Divulgação.
As Lojas Maçônicas emprestaram cadeiras juntamente com a Secretaria de Ação Social de Icó.
O Ponto de Cultura Criativa Musical realizou uma oficina de Cultura Digital.
O Festival merece maior investimento do poder público e privado, pois os artistas e organização já mostraram o seu potencial de que conseguem fazer um evento de qualidade e organizado.
Feliz 2012 para todos e vida longa ao FESTIVAL DA CULTURA ICOENSE, O ICOZEIRO.
Carta aberta do Icozeiro
Icó-Ceará, 21 de Dezembro de 2011.
De 18 a 30 de Dezembro de 2011 na nossa cidade está sendo realizado o 1º Festival da Cultura Icoense – ICOZEIRO, sediado no Centro de Arte e Cultura Prefeito Aldo Marcozzi Monteiro (antiga cadeia), realizado pela Associação Filhos e Amigos de Icó (AMICÓ) e Associação Cultural e Artística Icoense (ACAI). Estão acontecendo exposições de artes visuais e apresentações artísticas. Dia 19 de Dezembro, às 17h, no Teatro da Ribeira dos Icós aconteceu o I Fórum da Cultura Icoense, onde participaram representantes de várias linguagens culturais e artísticas.
Neste encontro foram abordados assuntos relacionados ao segmento cultural local, destacando a importância de se difundir a identidade cultural de nossa terra. Foram discutidos pontos sugeridos pelos próprios participantes.
Debatido inicialmente a falta de valorização dos artistas locais, sendo proposta a inclusão dos artistas icoenses de várias áreas nos eventos realizados pelo Governo Municipal, assim como o apoio dos governos (Municipal, Estadual e Federal), empresários e sociedade local nas atividades culturais realizadas pelos artistas da terra.
Para dar acesso a população aos eventos culturais, outro ponto sugerido foi a descentralização dos programas culturais para os bairros, distritos e localidades rurais. Intensificando também a programação voltada para os estudantes das escolas nas redes municipal, estadual e privada, levando os projetos para dentro dos muros da escola e também deslocar alunos e professores para participar das atividades nos equipamentos culturais da cidade (Teatro da Ribeira dos Icós, Centro de Arte e Cultura Prefeito Aldo Marcozzi Monteiro (antiga cadeia), Núcleo de Música Sobrado Canela Preta, Largo do Théberge e praças).
Foi acordado entre os presentes no fórum que os artistas participem mais dos eventos culturais, articulem-se, promovam uma união para buscar soluções, reivindiquem, criem alternativas para o setor e incentivem a produção cultural artística nos distritos e localidades rurais. Devendo também em suas produções culturais valorizar a identidade cultural icoense, nordestina e brasileira. Oferecendo também a comunidade local a oportunidade de apreciar produções culturais e artísticas de diferentes áreas, concepções e estéticas.
Todos concordam que o Fórum de Cultura de Icó deve se reunir periodicamente para continuar com as discussões acerca do setor cultural icoense.
Alecxandro da Silva Barbosa
Beethoven Cavalcante Germano Moreira
Bené Tavares da Silva
Carlos Alberto Torres Dias
Daniel Bruno Batista Martins
Davina Fernandes de Lima
Francídio Batista de Almeida
Francisco Germano Moreira
Francisco Wellington Carneiro de Souza
Haylon Bezerra Araújo
Heitor Amorim Muniz
Ícaro Guedes de Lavor
José Araújo Júnior
José Justo Neto Júnior
Marcos Chagas Mota
Paulo Victor Soares Pinheiro
Pedro Alex da Silva Teixeira
Yuri Guedes de Lavor
Fonte: Icó Cultural